Domingo, 30 de Outubro de 2005

QUATRO SÃO DEMAIS?

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Face á direita unida à volta de Cavaco, é uma felicidade a pluralidade das opções alternativas de esquerda. E um trunfo que, julgo, vai permitir derrotar, com Manuel Alegre, o Sidónio Contabilista na segunda volta.

Por um lado, uma dupla preciosidade são, desde logo, as candidaturas de Jerónimo e de Louçã. Remetem os seus irredentismos partidários ao lugar próprio e simbólico do protesto e do conservadorismo corporativo. E livram Alegre das companhias festivas dessas comitivas, depurando os sentimentos socialistas, democráticos e cidadãos, das inúteis e contra-producentes derivas leninistas e trotsquistas.

Depois, ver Mário Soares prestar-se a mais uma nobre e esforçada missão de sacrifício democrático - agarrar a ele o pior PS, o aparelhista e leninista, o da fidelidade no lugar da lealdade, arrastá-lo no ridículo da derrota eleitoral, para que se cale durante uns tempos, tornando a atmosfera política mais respirável e dar asas à cidadania. Faltando consolidar a alternativa que derrote a estratégia de Sócrates (sacudir a derrota de Soares para os ombros de Soares, isentar-se e isentar o PS, para se “entender” com o “vitorioso” Cavaco, completando o plano de substituir a política pela tecnocracia).

Falta, pois, eleger, combatendo pela sua eleição, um Presidente de Palavra e das Palavras. Manuel Alegre, evidentemente.

Os quatro candidatos pela esquerda não são demais. Cada um tem seu papel. E esta pluralidade multifuncional tem um potencial de eficácia muito superior ao monolitismo retrógrado e de concentração partidária da direita sabida com a direita ranhosa que sustenta o Professor, a quem se deseja, democraticamente, que volte para as suas boas aulas na Católica. Assim se saiba aproveitar a oportunidade.









publicado por João Tunes às 15:53
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3 comentários:
De odete pinto a 31 de Outubro de 2005 às 21:23
Não tenho categoria(?) para pertencer ao pior do PS. Tenho por Mário Soares uma admiração e um carinho muito grandes.
Sei que, como eu, muitas pessoas estão divididas.
Fiz parte de um grupo de apoio a Manuel Alegre para SG (com o que leio, será que foi por isso que fui preterida como cabeça de lista à Junta de Alfragide apesar de ter sido a mais votada? disse na altura a J.Raposo que não fazia a mínima questão de ser 2ª porque o que me movia era trabalhar em prol deste subúrbio adormecido e não qualquer ambição política pessoal).

Porventura por falta de formação e tarimba política, até hoje, entre les deux mon coeur balance.


De João a 30 de Outubro de 2005 às 19:26
E eu concordo parcialmente contigo, Carlos. Mas se eu posso apoiar Alegre eu não tenho poder algum para levar Soares a desistir. Ou, como gostaria, que a direita fosse a votos mas dividida. Tudo isso, esses "Se", além de não factíveis, seriam passar de uma afirmação para uma negação. Temos de jogar, e jogar positivamente, com os barulhos que estão na mesa. Penso eu de que. Abraço.


De Carlos a 30 de Outubro de 2005 às 17:53
Discordo parcialmente, João.
Na parte em que a candidatura de MS é necessária. Para quê? segurar que eleitorado? o das tais fidelidades votava sempre em quem lhe mandassem os 'chefes', seja Soares, Alegre ou o Tino de Rans.
Tenho lido que 'muitos diminiuem a abstençaõ', ie quem for mobilizado para votar na 1ª volta não se cortará na 2ª. Certo, mas errado no caso de Soares. Os votantes de MS são, maioritariamente, os que nunca faltam às liturgias partidárias. Neste jogo Mário Soares está a mais. Nem lhe vejo possibilidades de vencer, quer as primárias quer a final. O desgaste da sua derrota será mais profundo que os danos pessoais que colherá. Maiores ainda caso Manuel Alegre derrote o Cavaco na 2ª, pois de há muito que tenho em mim as mesmas suspeitas que tu, que o Sócrates quer é o Cavaco em Belém.

Quando Alegre tomar posse (Abril, não é?) não sei se as guerras e filhas-da-putice internas não tornaram já o governo demissionário, após vaga de demissões no aparelho e 'independências excessivas' no grupo parlamentar. A vitória da Cidadania vai mexer, e muito, com a estrutura partidária tradicional, umbigista, autista, reaccionária, motor primeiro do descrédito de que se queixa.
Abraço e toca a preparar pandeiretas e um garrafão de tinto para a Festa de Fevereiro.


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