O santuário em Fátima já não chega como receptáculo concentrado de idolatrias pagãs, no caso o culto mariano, abençoadas pelo Vaticano. Se nem toda a gente chega ao produto, ensina o marketing, há que levar o produto até ás pessoas. Um dia, teremos o tele-marketing mariano, com uma voz de pastorinho(a) ao telefone vindo de um call-center sediado no Patriarcado.
A revanche ao falecido e esquecido Afonso Costa (um dia, há-de fazer-se justiça a este ilustre e esclarecido republicano) tem nova margem de fôlego perante o definhamento de causas, valores e crenças. E, desafio transformado em oportunidade, todos andamos medrosos sobre o futuro, num momento em que o presente teima em não sair da escuridão. E se a CGTP lança na rua tudo quando tem ressentimentos a cobrar e privilégios a perder, porque é que Maria havia de ficar nas encolhas e não fazer uma manif na capital? E, pelos vistos,
fez. Valha a Maria, e a nós todos, a liberdade de manifestação que os manipuladores da idolatria mariana ajudaram a não permitir em tantos anos de católico-fascismo.